Impressões de Leitura: O Colecionador - John Fowles
De início eu digo que esperava mais desse livro. Não me intendam mal, eu gostei da obra, gostei bastante, é uma história envolvente, bem narrada, mas em alguns momentos os personagens me parecem tão irritantes, que quebram um pouco a "mágica da história".O Colecionador, narra a vida do simplório e tímido Frederick Clegg, funcionário público que tem por hobby colecionar borboletas e é obcecado pela estudante de arte Miranda. Após ganhar um prêmio em uma aposta Clegg, arquiteta um plano para "coletar" a jovem estudante, pensando que com isso Miranda iria aprender a amá-lo.A sinopse da obra já nos cativa, e a narrativa é impregnada de uma prosa tão poética que nos faz apaixonar e se deleitar com a história a ponto de, por vezes, sentirmos pena de Clegg, da sua vida sofrida, da sua mente perturbada. No entanto ao chegarmos nos relato de Miranda, o livro começa a perder um pouco de força em variados momentos. A personagem as vezes me dá raiva, pelo seu elitismo exagerado, claro que dá raiva de Clegg também, do fato dele aprisionar e violentar psicologicamente a moça, mas o elitismo e a arrogância de Miranda me fizeram não identificar tão absolutamente com ela, porém o personagem que mais odiei de fato, e olha que ela aparece só em relatos, é o tal do G.P, o pintor paixão da jovem. Que cara chato! Em seus preconceitos de classe, em seu ódio a gente comum, a vida e a tudo, com a sua pretensa sabedoria de julgar o que é arte ou não, um perfeito coxinha, que me deu asco e nojo.Totalmente irritante.Nos capítulos finais o livro volta a entrar nos eixos novamente, e comecei a compreender um pouco mais de Miranda e comecei a analisar a obra sobra a ótica sexista (sim, sou dessas). Clegg, é uma alegoria machista, separando mulheres da casa e mulheres da rua, pensando que aprisionar uma mulher, sua liberdade, suas escolhas é sinal de amor e cuidado, acreditando que, mulher não deve ter desejos sexuais, que se tem é uma piranha e vagabunda. Ele em seus preconceitos e sua cabeça perturbada, é um produto do ódio e "cagação de regras" que a sociedade constantemente impõe às mulheres.
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