quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Agora vai! (e não é promessa de fim de ano eim)

As vezes eu gostaria de escrever mais por aqui, aliás, eu gostaria de escrever mais sempre, porém a minha preguiça feat mania de procrastinar, acaba por me derrubar, quase que todas as vezes que eu inicio um desses diários virtuais. Maaas como todo bom ser humano, quero começar esse novo ano que virá com uma nova resolução: vou movimentar isso daqui e vou escrever mais. E para que isso não fique só nessas famigeradas promessas de ano novo  vou começar desde já publicando um texto que escrevi e particularmente gosto bastante, em partes é claro. E porque? bom eu estava passando um momento complicado, desses que acabam por ser motores de inspiração (sabe se lá porque), do qual eu consegui sair, as coisas estão melhores, bem melhores, mas eu gosto do resultado da escrita. 


Hoje te resta o silêncio


Você acha que vai morrer, você de fato morre mil vezes, você viaja pelo inferno e então um dia você consegue voltar.
As prateleiras vazias, o lado do guarda-roupa com alguma camisa velha esquecida no canto, o silêncio que espreita nas beiradas, o cheiro, as lembranças, as fotografias, os livros, os planos, dentro de caixas na despensa. E acabou. Como tudo na vida, o amor acaba. A finitude das coisas, impregnadas na solidão que agora impera, e o silêncio. Ah o silêncio, ele é maior e mais duro que qualquer coisa.
Você chega em casa e as risadas não estarão mais lá, e as conversas na cama sobre assuntos da vida, do universo e de tudo o mais, estarão caladas. A dor, essa chega de mansinho. E você senta na sua cadeira perto da janela com suas latas de cerveja na mão, aquela mesma que por tanto tempo vocês beberam juntos, e seus gatos ao lado, tentando lhe dizer que tudo um dia estará resolvido e você se fia a isso para não enlouquecer.
A vida continua. Embora você queria dormir um sono profundo, embora você só queira acordar novamente quando tudo estiver bem e você for segura, forte, decidida e tudo aquilo que você quis ser desde a infância. E você nunca foi. Mas a vida permanece, ela continua, como os ponteiros do relógio que correm lentamente, assim ela corre, te lembrando a cada badalada que as feridas se curam, mas lentamente.
E você se levanta para mais um longo dia. Caminhando pela cidade, desprendida do mundo, sentada na mesa do escritório só rezando para chegar em casa e chorar, chorar, chorar, como se não houvesse amanhã e rezando por um milagre, para que ele volte e lhe diga que tudo vai ficar bem novamente.
Mas a vida continua, você continua, talvez daqui alguns anos tudo ficará bem, mas não hoje, não há um remédio que cure a saudade ou a dor, essa precisa ser vivida, sentida e enfrentada e ela abre maiores e maiores feridas que um dia se curarão, mas não hoje.


Hoje te resta o silêncio.


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